A Fisionomia das Crises no Capitalismo Mundializado
Este artigo analisa as crises atuais do capitalismo à luz de um referencial teórico e analítico crítico em relação às interpretações predominantes de orientação liberal. Sustenta que vivemos hoje num regime de acumulação dominado pela esfera financeira, cuja característica principal é a transferência de riquezas dos setores e países produtores para os setores e países rentistas. É sob este quadro interpretativo que examina as recentes crises nos países asiáticos e conclui que as contradições deste novo regime de acumulação estão levando a economia mundial a uma crise econômica e produtiva de proporções comparáveis às de 1929.
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A Fisionomia das Crises no Capitalismo Mundializado
A Fisionomia das Crises no Capitalismo Mundializado
O artigo propõe uma leitura da arte expressionista abstrata, em contraponto à perspectiva do crítico T. J. Clark, a partir da teoria estética de Theodor W. Adorno. Embora o filósofo não tenha tratado especificamente da pintura ou da escultura, postula-se que a produção daquela corrente artística, tipicamente norte-americana, guarda estreitas relações com as reflexões adornianas em torno da música e da literatura européias do alto modernismo do século XX. Assim, analisam-se algumas obras do expressionismo abstrato em sua consecução das “particularidades sensíveis” em face do desencantamento do mundo provocado pela racionalização.
Ajuste Econômico e Legislação Trabalhista: Qual Modernidade?
Estão em pauta no debate público e acadêmico propostas de reforma na legislação trabalhista que associam modernidade e privatização das relações capital/trabalho. Regulamentos (como o FGTS) e procedimentos (como a Justiça do Trabalho) estão na alça de mira dos formuladores das políticas públicas para o mercado de trabalho. Imputam-se ao FGTS as altas taxas de rotatividade e a precariedade dos vínculos empregatícios, enquanto a Justiça do Trabalho inibiria a negociação capital/trabalho, argumentos que são escrutinados e recusados como logicamente inconsistentes e empiricamente insustentáveis. Propõe-se a retomada do conceito de luta de classes para discutir a posição hegemônica do discurso da flexibilização do mercado de trabalho, marcando-lhe como intrinsecamente ideológico.
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Ajuste Econômico e Legislação Trabalhista: Qual Modernidade?
Ajuste Econômico e Legislação Trabalhista: Qual Modernidade?
Crítica: Livros “Origens da habitação social no Brasil. Arquitetura moderna, Lei do Inquilinato e difusão da casa própria”, de Nabil Bonduki. São Paulo: Estação Liberdade, 1998, 342 pp.
Complexidade e capacidade de autotransformação são características históricas da China; ousadia e visão de longo prazo também marcam a ação governamental para a consecução do projeto nacional, cujos principais elementos seriam a consolidação da unidade nacional, o atendimento às necessidades de sua imensa população e a projeção internacional do país. O programa de modernização de Deng Xiaoping promoveu o crescimento superacelerado da economia e iniciou a inserção do país no sistema econômico internacional. As recentes reformas econômicas, que visam ao aprofundamento do processo modernizador, colocam grandes desafios adicionais, em especial no contexto da crise financeira internacional.
Crítica: Livros “Hegel, Texas e outros ensaios de teoria social”, de Hermínio Martins. Lisboa: Edições Século XXI, 1996, 252 pp. (coleção Fundamentos).
Contra a tese que afirma a necessidade de um fundo étnico/cultural homogêneo como premissa da convivência entre compatriotas, o artigo sustenta que os próprios procedimentos democráticos constroem as bases para o entendimento racional normativo entre concidadãos. Tal formulação das relações entre nação, Estado de direito e democracia ilumina o debate subseqüente acerca do direito à autodeterminação nacional, dos processos de inclusão nas sociedades multiculturais, da justificação das intervenções humanitárias e da transferência de soberania para organismos supranacionais.
Aos cinqüenta anos de sua fundação, Israel é um Estado moderno, democrático, rico e bemsucedido. Contudo, seus problemas originários ainda não estão satisfatoriamente resolvidos. Israel é fruto dos problemas e utopias que empolgaram a Europa entre 1850 e 1950, mas também da conquista de um território em que desde sempre viveram árabes, hoje transformados em povo palestino. Os acordos de Oslo pavimentaram o caminho para a paz, mas ainda há fortes resistências por parte dos partidos direitistas e religiosos. Há também problemas de integração de imigrantes de diferentes regiões, mas estes já estão em vias de solução.
Ao chegar aos seus cinqüenta anos de existência, o Estado de Israel se encontra dividido entre aqueles que vivem o jubileu como uma “celebração” e os palestinos, para quem a fundação do moderno Estado judaico está associada à “Catástrofe”, o abandono forçado de suas terras. Cinco anos após os acordos de Oslo, quando o encontro entre lideranças judias e palestinas anunciava a paz no Oriente Médio, os fundamentalismos respectivos minam o diálogo possível entre israelenses e palestinos, cujos destinos históricos são no entanto indissociáveis.
Janela Baça: A Bienal de São Paulo e seu Formato Recente
Revendo o impacto da Bienal de São Paulo na cultura brasileira a partir dos anos 50, suas crises e tentativas de reformulação, o artigo analisa o formato desenvolvido nas edições 22ª e 23ª, com sua estrutura tripartite (Representações Nacionais, Núcleo Histórico e Universalis), examinando tanto a “Bienal exposição” – seu agigantamento, a curadoria hipertrofiada, a generalidade dos temas – quanto a “Bienal instituição” – sua posição hegemônica no sistema de arte do país. Por fim, a Bienal é discutida a partir de alguns argumentos recorrentes para justificar o evento e seu formato: a educação estética da massa desinformada, a “escrita” da história da arte no Brasil, a criação de uma perspectiva anti- hegemônica para a arte contemporânea e a metáfora da Bienal como janela da arte no país.
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Janela Baça: A Bienal de São Paulo e seu Formato Recente
Janela Baça: A Bienal de São Paulo e seu Formato Recente
Trata-se do capítulo introdutório de um estudo mais amplo sobre a história diplomática portuguesa relativa à restauração do Nordeste açucareiro. Equacionando a real dimensão assumida pela guerra de Pernambuco (1630-37 e 1645-54) e as inflexões decorrentes da restauração portuguesa (1640), o autor analisa a evolução da política externa da nova Monarquia e sua relação com os interesses da economia atlântica. São estudadas as missões de Tristão de Mendonça Furtado, Francisco de Andrade Leitão e Francisco de Sousa Coutinho. O autor conclui com uma descrição sumária do sistema político dos Países Baixos.
Crítica: Livros “Ieipari: Sacrifício e vida social entre os índios Arara”, de Márnio Teixeira-Pinto. São Paulo: Hucitec/Anpocs/Editora UFPR, 1997, 414 pp.
Crítica: Artes Plásticas Duas exposições de esculturas de Nuno Ramos. Museu Chácara do Céu, Fundação Castro Maya, Rio de Janeiro, abril de 1998. Galeria Camargo Villaça, São Paulo, setembro de 1998.