Crítica As ilusões da liberdade, a escola Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil, de Matiza Corrêa. São Paulo: Editora da Universidade São Francisco, 1999, 488 pp.
A Evolução Zoológica Progressiva e o Lugar do Homem na Natureza
Na biologia moderna há uma visão dominante sobre a evolução animal, popularizada por Stephen Jay Gould, que a atribui a uma seqüência de modificações aleatórias, cujos resultados são reembaralhados continuamente por eventos repentinos de extinção em massa, principalmente de origem extraterrestre. O artigo apresenta resumidamente uma teoria alternativa, afirmando a visão de uma evolução progressiva intrínseca do mundo animal canalizada pelas limitações e liberdades definidas pela seleção natural.
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A Evolução Zoológica Progressiva e o Lugar do Homem na Natureza
A Evolução Zoológica Progressiva e o Lugar do Homem na Natureza
A Reforma da Previdência e o Jogo Político no Interior do Executivo
A política previdenciária brasileira sofreu fortes mudanças nos últimos vinte anos, muitas das quais resultaram da disputa entre os defensores do seguro e da seguridade sociais e, mais recentemente, do seguro individual. O artigo aponta a importância das relações estabelecidas entre a Presidência da República e a burocracia ministerial nessas mudanças, destacando o papel desta burocracia no processo de alteração constitucional e mostrando que os resultados alcançados pela reforma da previdência não dependem apenas da vontade do presidente, do comportamento do Congresso ou das relações entre ambos, mas também do jogo político entre o presidente e a burocracia no interior do Executivo.
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A Reforma da Previdência e o Jogo Político no Interior do Executivo
A Reforma da Previdência e o Jogo Político no Interior do Executivo
Não fizemos festa nem comemoramos publicamente. Não porque não houvesse nada para comemorar, mas exclusivamente porque não sabemos para onde vamos depois de 30 anos de existência. E, para nós, comemorar é projeto de futuro.
Considerações Sobre a Poesia Brasileira em Fim de Século
“Temos no Brasil uma tradição literária moderna plena, anticonvencional, antitradicionalista, relativamente crítica, mas que já não funciona”. A partir desta constatação, a autora faz um balanço da poesia brasileira no século XX, tendo em vista as relações que esta mantém com a modernização e o mito do progresso. Esse roteiro destaca três momentos-chave (modernismo, concretismo e “poesia marginal”), acompanhando os sentimentos diferentes e contraditórios que, em cada momento, mobilizaram a confiança da poesia brasileira na lógica da modernidade. Por fim, destaca, no conjunto da produção poética atual, a transformação das tradições modernas em conformismo mercadológico – quase sempre traduzido em falsas continuidades ou superações pós-modernas.
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Considerações Sobre a Poesia Brasileira em Fim de Século
Considerações Sobre a Poesia Brasileira em Fim de Século
O artigo tem o duplo propósito de avaliar o dano real que argumentos moralmente céticos produzem em convicções morais universalistas (sobretudo os direitos humanos) e de evidenciar as fragilidades que os céticos morais preferem ignorar em seus próprios argumentos. Para isso, são examinadas as variantes de ceticismo moral propostas por Michael Walzer e por Richard Rorty.
O artigo procura demonstrar que a recente difusão das preocupações ambientais no setor de transportes no Brasil se deve menos à força política de “agentes ambientalizados” que à efetividade dos constrangimentos públicos, tanto jurídico- institucionais quanto políticos e morais, a ações ambientalmente deletérias. Esses constrangimentos bloqueiam a continuidade da tradição rodoviarista brasileira e limitam o espectro de valores e as linhas de ação disponíveis para os agentes. Os conflitos gerados por esta configuração são analisados aqui a partir de um caso paradigmático, a constituição de um conflito ambiental em torno do programa hidroviário do plano Brasil em Ação, do primeiro governo FHC.
Fora de Foco: Diversidade e Identidades Étnicas no Brasil
Tendo em vista o debate sobre a questão étnica ou racial no Brasil, bem como a tentativa de aperfeiçoar o quesito de raça ou cor na elaboração do censo demográfico do ano 2000, o autor examina alguns resultados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE de 1998, na qual se introduziram questões que buscaram aferir se as categorias de cor correspondem ou não à forma como a população se reconhece e se esta se identifica com origens culturais e étnicas específicas, como a afro-descendente. Também são analisados dados sobre rendimento, nível educacional e idade em relação às diferenças e identificações de cor ou raça e de origem.
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Fora de Foco: Diversidade e Identidades Étnicas no Brasil
Fora de Foco: Diversidade e Identidades Étnicas no Brasil
O autor comenta vida e obra do artista catalão Joan Brossa (morto em 1998, aos 79 anos), cujas múltiplas atividades estéticas, iniciadas na década de 1940, compreendem versos, poemas visuais, objetos, instalações, poesia cênica, roteiros para cinema, ações musicais. O artigo também apresenta traduções de poemas ainda inéditos no Brasil, bem como duas reproduções de obras visuais do artista.
O Ocaso das Águas na Privatização dos Rios: Estamos Todos a Jusante
O artigo trata dos desafios no gerenciamento dos recursos hídricos de um modo geral e mais especificamente da forma como as águas da área metropolitana de São Paulo foram monopolizadas pela antiga e poderosa Cia. Light desde o início do século XX, apontando a multiplicidade de interesses que existiam na época e que foram ignorados no processo de apropriação. Também discutem-se o processo contemporâneo de reprivatização do setor energético e os riscos ambientais implícitos, chamando a atenção para a necessária participação da sociedade civil neste âmbito.
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O Ocaso das Águas na Privatização dos Rios: Estamos Todos a Jusante
O Ocaso das Águas na Privatização dos Rios: Estamos Todos a Jusante
Neste artigo, o autor busca identificar em Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, a lógica de base do romance, que responde pelo conjunto de sua estruturação formal, temas, motivos e linguagem, mas que não se reduz um módulo formal estático, meramente reaplicável. Ao contrário, trata-se de um núcleo em contínuo movimento a partir da consciência dividida do narrador, a configurar uma contradição insolúvel, uma espécie de dialética negativa, que não engendra superação ou síntese propriamente ditas.
Plano Bonex: O Bloqueio da Liquidez na Argentina em 1990
O bloqueio da liquidez em 1990 na Argentina (Plano Bonex) passou a despertar interesse no Brasil quando a crise do início de 1999 acentuou as preocupações com a solvência da dívida pública. Contudo, o Bonex não é uma referência útil para a análise das opções de política econômica no Brasil hoje, pois ocorreu em um quadro econômico muito específico, marcado por intensa desmonetização, inexistência de fontes de financiamento externas e internas para o setor público e hiperinflação. O artigo apresenta o Bonex e as experiências anteriores de bloqueio da liquidez de ativos financeiros, no final das duas guerras mundiais, enfatizando as acentuadas diferenças entre os vários episódios.
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Plano Bonex: O Bloqueio da Liquidez na Argentina em 1990
Plano Bonex: O Bloqueio da Liquidez na Argentina em 1990
Refletindo Sobre as Questões Populacionais Neste Final de Século
A autora faz uma retrospectiva sobre as questões populacionais no século XX, com ênfase nas perspectivas neomalthusianas de controle do crescimento populacional, voltadas sobretudo aos países do Terceiro Mundo. Descreve e comenta a evolução dos debates em torno de tais questões nos seguintes âmbitos: as Conferências Internacionais de População das Nações Unidas; a atuação da Organização Mundial de Saúde; as postulações do movimento feminista; e o campo dos estudos demográficos.
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Refletindo Sobre as Questões Populacionais Neste Final de Século
Refletindo Sobre as Questões Populacionais Neste Final de Século
A violência desencadeada pela milícia pró-Indonésia no momento imediatamente posterior ao referendo em Timor-Leste provocou uma verdadeira catarse em Portugal, sua antiga metrópole, com manifestações de massa sem precedentes desde os eventos que sucederam à Revolução dos Cravos, em 1974. O autor discute o sentido desta mobilização tendo em vista o contexto português, a situação interna em Timor-Leste, a participação Indonésia e o contexto internacional, procurando situar suas reflexões no debate mais amplo sobre colonialismo e póscolonialismo.
Fundado em um dos períodos mais difíceis da história recente do Brasil, o Cebrap sobreviveu à ditadura e participou ativamente da vida política do país nos anos da transição. Muitos dos seus quadros marcaram – marcam ainda – a cena pública nacional, e um dos seus fundadores alcançou a Presidência da República, levando consigo vários dos antigos colegas, que passaram a ocupar cargos políticos de importância (num processo já vivido pela instituição ao longo da normalização democrática). Momento difícil, pois o Cebrap se viu obrigado a discutir sua identidade, e mais de uma vez considerou-se que ele havia cumprido sua função histórica.