"História e Consciência de Classe", Setenta Anos Depois
Desregulação e privatização são as palavras-chave na condução da política econômica na Grã-Bretanha dos anos 80. As mudanças promovidas pelos conservadores, que estão no poder desde 1979, foram intensas e abrangeram as políticas monetária, fiscal, industrial, sindical, trabalhista, de saúde, educação etc. Além de ter modificado o funcionamento da economia e o relacionamento entre os diversos agentes econômicos, a proposta de Thatcher era a implantação de um novo modelo de sociedade, mais individualista e menos comprometido com as bases igualitárias do Welfare State. O presente artigo aponta algumas das principais mudanças ocorridas na Grã-Bretanha nos últimos doze anos e avalia seus sucessos e fracassos.
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"História e Consciência de Classe", Setenta Anos Depois
"História e Consciência de Classe", Setenta Anos Depois
O artigo discute a recuperação do conceito de sociedade civil pela teoria social contemporânea. Ele sustenta que a idéia de sociedade civil ocupa um lugar análogo aos conceitos de Estado e mercado nas sociedades democráticas, exercendo no seu interior o papel de limitação das formas estratégicas de organização da ação. O conceito de sociedade civil é recuperado nas suas origens na filosofia hegeliana e no seu debate com o pensamento marxiamo. Ele é também relacionado com a obra recente de Habermas e sua procura por um espaço comunicativo no interior do qual a interação social livre possa ser exercida.
Tasso Jereissati, ex-governador do Ceará e presidente nacional do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), expõe sua visão sobre as saídas para a crise brasileira. Baseado em sua experiência administrativa à frente do governo do Ceará, Tasso sustenta que uma verdadeira ruptura com as formas tradicionais de governo – que faça dos milhões de excluídos da vida social e econômica do país o alvo das prioridades do Estado – requer que se imponham perdas àqueles setores que mais se beneficiaram com o padrão injusto de desenvolvimento que vigorou no Brasil nas últimas décadas.
Este artigo discute a ironia subjacente à tese construtivista de que qualquer forma de conhecimento, inclusive o científico, é contingente a interesses sociais. Argumenta-se que esta tese opera solicitando do leitor uma boa vontade para ver, em debates científicos, interesses e contingências sociais que escapam aos termos apresentados. Nesse sentido tal tese requer do leitor um senso de comunidade para ironizar os cientistas. A força da ironia reside entretanto em saber dar força a reivindicações sem solicitar do leitor um senso de comunidade. O autor discute como isto pode ser feito. O ponto de partida está em considerar a distinção comportamento humano/comportamento não humano como sociologicamente irrelevante.
Hiperinflação, Ajuste Fiscal e Regressão Monetária
Nos últimos dez anos, o Brasil vem experimentando uma crise inflacionária de proporções extraordinárias. Este ensaio discute a experiência brasileira recente à luz de episódios comparáveis na história de outros países. Argumenta-se que a tentativa de estabilizar a economia pode levar nessas circunstâncias a uma regressão a formas primitivas de organização monetária. É o que vem acontecendo na Argentina desde 1991. O chamado Plano Cavallo pode ser caracterizado como uma regressão a um regime monetário semelhante ao antigo padrão ouro. O autor conclui, entretanto, que o modelo argentino de estabilização não pode ser aplicado com sucesso no Brasil.
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Hiperinflação, Ajuste Fiscal e Regressão Monetária
Hiperinflação, Ajuste Fiscal e Regressão Monetária
Livro: História dos índios no Brasil. Manuela Carneiro da Cunha, org. São Paulo: Companhia das Letras/Secretaria Municipal de Cultura/Fapesp, 1992, 611 pp. (mapas, ilustrações, índices).
Modernização Inglesa: Alguns Fatos e Uma Interpretação
Desregulação e privatização são as palavras-chave na condução da política econômica na Grã-Bretanha dos anos 80. As mudanças promovidas pelos conservadores, que estão no poder desde 1979, foram intensas e abrangeram as políticas monetária, fiscal, industrial, sindical, trabalhista, de saúde, educação etc. Além de ter modificado o funcionamento da economia e o relacionamento entre os diversos agentes econômicos, a proposta de Thatcher era a implantação de um novo modelo de sociedade, mais individualista e menos comprometido com as bases igualitárias do Welfare State. O presente artigo aponta algumas das principais mudanças ocorridas na Grã-Bretanha nos últimos doze anos e avalia seus sucessos e fracassos.
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Modernização Inglesa: Alguns Fatos e Uma Interpretação
Modernização Inglesa: Alguns Fatos e Uma Interpretação
Luis Inácio Lula da Silva, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), traça um diagnóstico da crise econômica e política que o Brasil atravessa, apontando as alternativas do PT para superá-la. Para Lula, um governo de esquerda só poderá implementar políticas sociais redistributivas se for capaz de tecer um entendimento com amplos setores do capital e outras forças políticas presentes no Congresso Nacional, que promova a retomada do crescimento econômico em novas bases.
Colapso da modernização ou crise cíclica? | As diabruras metafísicas de Robert Kurz | De novo, o apocalipse, ou da inutilidade de(o) ser humano
Luiz Carlos Bresser Pereira, José Arthur Giannotti e Francisco de Oliveira
A seguir, publicamos três resenhas do livro “O colapso da modernização”, de Robert Kurz (tradução de Karen Elsabe Barbosa, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992). O livro foi objeto de um debate realizado no Cebrap em 12 de março de 1993, ao qual estiveram presentes os autores das resenhas. (N.R.)
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Colapso da modernização ou crise cíclica? | As diabruras metafísicas de Robert Kurz | De novo, o apocalipse, ou da inutilidade de(o) ser humano
Colapso da modernização ou crise cíclica? | As diabruras metafísicas de Robert Kurz | De novo, o apocalipse, ou da inutilidade de(o) ser humano
Luiz Carlos Bresser Pereira, José Arthur Giannotti e Francisco de Oliveira
O chamado Acordo das Montadoras não é outro raio em dia de céu azul. Sendo na verdade um acordo entre a indústria automobilística, o segmento de autopeças, os sindicatos das categorias dos metalúrgicos, a União e os governos estaduais através do Confaz, ele resulta imediatamente da prática das câmaras setoriais. Mais imediatamente, porém, o Acordo resulta ainda de uma história das relações capital-trabalho entre dois importantes atores: os trabalhadores metalúrgicos e o empresariado das montadoras, representados pelas respectivas organizações de classe.
Este artigo retoma o problema do processo de globalização da cultura e procura analisar suas conseqüências para a pesquisa antropológica. A globalização obriga o antropólogo – antes inteiramente orientado para a compreensão da cultura do outro – a ocupar-se dos processos culturais, através dos quais os povos não ocidentais são incorporados ao sistema mundial. Ao lado disso, como o processo de mundialização não leva necessariamente à homogeneização cultural, mas, ao contrário, repõe num outro nível as diferenças, cabe ao antropólogo compreender o complexo jogo das estratégias de integração/separação que orientam diversos grupos sociais quando reivindicam sua própria identidade.
Sobre o Estado, a Democratização e alguns Problemas Conceituais
A maioria dos países recém-democratizados não parece estar caminhando para o estabelecimento de regimes políticos institucionalizados. Embora essas novas democracias sejam poliarquias – conforme a definição clássica de Robert Dahl -, são um tipo diferente de poliarquia, ainda não teorizado. Este artigo pretende contribuir para essa teorização, tomando como referência a Argentina, o Brasil e o Peru. A partir de uma discussão do conceito de estado, o autor procura estabelecer ligações entre certas características de muitos países recém democratizados – a alta heterogeneidade territorial e funcional de seus estados e de suas ordens sociais – e o tipo de democracia neles existente.
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Sobre o Estado, a Democratização e alguns Problemas Conceituais
Sobre o Estado, a Democratização e alguns Problemas Conceituais
Richard Rorty, tomando como referência a obra de Hilary Putnam Reason, truth and history, discute as questões que opõem os “realistas” – que desejam basear a solidariedade na objetividade – aos “pragmatistas” – que desejam reduzir a objetividade à solidariedade. Defendendo o ponto de vista dos pragmatistas, Rorty procura distinguir as instituições e práticas criadas pelos ideais do Iluminismo de suas justificações filosóficas fornecidas por partidários da objetividade.