Maria Laet nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1982, lugar onde vive e trabalha. Realizou residência artística na Schloß Balmoral (Bad Ems, Alemanha, 2009), no Carpe Diem Arte e Pesquisa (Lisboa, 2010) e na Residency Unlimited (Nova York, 2014). Mostrou seu trabalho individualmente no Rio de Janeiro, São Paulo, Paris, Lisboa, Milão e Nova York. Participou de exposições coletivas, como a 33a Bienal de São Paulo: Afinidades afetivas (Pavilhão Ciccillo Matarazzo, São Paulo, 2018); Cosmogonies, au gré des éléments (MAMAC, Nice, 2018); Video Art in Latin America (LAXART, Los Angeles, 2017); La Vie Aquatique (Musée Régional d’Art Contemporain, Occitanie/Méditerranée, França, 2017); The Valise (Museum of Modern Art, Nova York, 2017); Tangentes (MSK, Gent, Bélgica, 2015); Encruzilhada (Parque Lage, Rio de Janeiro, 2015); Rumors of the Meteore (49 Nord 6 est – Frac Lorraine, Metz, França, 2014); Everydayness (Wyspa Institute of Art, Gdansk, Polônia, 2014); From the margin to the edge (Somerset House, Londres, 2012); 18th Biennale of Sydney: all our relations (2012); Convite à Viagem (Rumos Itaú Cultural, São Paulo, 2012); e O lugar da linha (Museu de Arte Contemporânea de Niterói e Paço das Artes em São Paulo, 2010). Sua obra integra coleções do MAM, Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro; Museu de Arte Contemporânea de Niterói; 49 Nord 6 est – Frac Lorraine, Metz, França; MSK, Gent, Bélgica; AGI Verona, Itália; Colección Patricia Phelps de Cisneros; e MoMA, Nova York.
O trabalho de Maria Laet é criado por ações e pelo resultado de gestos e intervenções sutis, numa prática que envolve desenho, gravura, fotografia, e vídeo. Esses meios são como canais, plataformas para os processos da artista, como peles, que levam suas intenções e revelam a ação como um arquivo. Assim, as obras acontecem tanto no conceito quanto na fisicalidade dos materiais envolvidos, chamando atenção para a membrana, o espaço, que liga e ao mesmo tempo divide. Esses encontros são enfatizados na natureza entrópica do trabalho de Laet, que tendem a parecer calmos, inicialmente homogêneos, mas que sutilmente questionam a noção de limite.
De acordo com Luisa Duarte, em texto para a mostra “Situação de água”, na Galeria Marília Razuk, “Em suas ações, a artista está sempre em busca desta linha tênue e invisível que separa coisas, pessoas. Linha que pode ser ultrapassada e tocada, promovendo o toque, a troca. Mas aqui nada se conclui. Como a água que não deixa ver seus limites, que transborda, há aqui esta ausência de borda, de fim. Habitar este lugar delicado e nos aproximar dele, recordar sua existência, eis o que se dá nas obras de Maria Laet”.
Para este volume da revista Novos Estudos Cebrap, Maria propôs um desenho da série Diálogo (Sopro), de 2008. Nesse trabalho, duas pessoas sopram uma porção de tinta sobre uma pilha de papel japonês, como um diálogo no qual ao invés de palavras existe o sopro e o rastro da tinta, que é absorvido e atravessa as folhas de papel japonês até sumir, como se materializasse o tempo desse diálogo (entre as duas pessoas, mas também entre e a tinta e o papel). Nesse contexto, o passar das páginas e o espaço da revista se mostra um meio extremamente interessante como desdobramento do trabalho.
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