DOSSIÊ POLÍTICAS SOCIAIS E REDISTRIBUIÇÃO - APRESENTAÇÃO
Nadya Araujo Guimarães e Renata Bichir
http://dx.doi.org/10.25091/S0101-3300201700020001
RESUMO
O Brasil chamou a atenção do debate internacional pelos avanços e inovações em políticas sociais e pela experiência de redistribuição levada a cabo, notadamente entre os anos 2004 e 2014. Desde a Constituição de 1988, uma nova possibilidade de arquitetura institucional para um estado social se colocou na ordem do dia e foi pouco a pouco experimentada no que diz respeito à política e à gestão dos direitos sociais. As ações postas em prática nesse período deram lugar a um intenso debate tanto sobre as causas e possibilidades de sustentabilidade de tal redistribuição como sobre os seus resultados e impactos. No momento em que mudanças legislativas entram em vigor e novas agendas ganham corpo nas estruturas executivas, cabe refletir sobre o alcance e os desafios daquelas iniciativas.
FOI UM PÁSSARO, FOI UM AVIÃO? Redistribuição no Brasil no século XXI
Celia Lessa Kerstenetzky
http://dx.doi.org/10.25091/S0101-3300201700020002
RESUMO
Contra o pano de fundo da emenda constitucional que estabelece o congelamento dos gastos sociais brasileiros pelos próximos vinte anos, o ensaio examina o experimento de redistribuição levado a cabo entre 2004 e 2014, buscando avaliar seu alcance, lacunas e filiação em orientações constantes da Constituição de 1988, bem como interpretá-lo à luz da previsível retração do estado social no Brasil.
O SUAS NA PROTEÇÃO SOCIAL BRASILEIRA Transformações recentes e perspectivas
Luciana Jaccoud, Renata Bichir e Ana Cleusa Mesquita
http://dx.doi.org/10.25091/S0101-3300201700020003
RESUMO
Este artigo analisa as transformações recentes no sistema brasileiro de proteção social a partir da política de assistência social, com foco na consolidação institucional do Sistema Único de Assistência Social (Suas). Antiga como prática, no registro da caridade, da filantropia e da oferta privada, a assistência social passa a ser afirmada recentemente como direito e como política pública.
O SUAS NA PROTEÇÃO SOCIAL BRASILEIRA Transformações recentes e perspectivas
Social Assistance in the Brazilian Social Protection System: Recent Transformations and Perspectives - http://dx.doi.org/10.25091/S0101-3300201700020003
Luciana Jaccoud, Renata Bichir e Ana Cleusa Mesquita
COORDENAÇÃO FEDERATIVA E FINANCIAMENTO DA POLÍTICA DE SAÚDE Mecanismos vigentes, mudanças sinalizadas e perspectivas para o futuro
Andrea Barreto de Paiva, Roberto Henrique Sieczkowski Gonzalez e José Geraldo Leandro
http://dx.doi.org/10.25091/S0101-3300201700020004
RESUMO
Este artigo retoma o histórico de constituição dos mecanismos de financiamento vigentes na estrutura de coordenação do Sistema Único de Saúde (sus), no intuito de localizar e analisar as propostas recentes de alteração dos mecanismos de repasse dos recursos da União para os estados e municípios.
COORDENAÇÃO FEDERATIVA E FINANCIAMENTO DA POLÍTICA DE SAÚDE Mecanismos vigentes, mudanças sinalizadas e perspectivas para o futuro
Federative Coordination and Health Policy Financing in Brazil: Current Mechanisms, Signaled Changes and Perspectives for the Future - http://dx.doi.org/10.25091/S0101-3300201700020004
Andrea Barreto de Paiva, Roberto Henrique Sieczkowski Gonzalez e José Geraldo Leandro
OS POBRES E O ACESSO AO TRABALHO Entre a ação pública e o interesse privado
Nadya Araujo Guimarães, Murillo Marschner Alves de Brito, Ana Carolina Silva Andrada e Monise Fernandes Picanço
http://dx.doi.org/10.25091/S0101-3300201700020005
RESUMO
O texto analisa o lugar do sistema de intermediação de oportunidades de trabalho nas políticas de inclusão econômica dos trabalhadores pobres, que orientam a sua procura usando o recurso ao sistema público de intermediação (Sine). Frente aos resultados claudicantes deste, o recurso a intermediadores privados deixa os mais pobres, e em especial as mulheres, em ocupações instáveis e estigmatizadas. Conclui-se pela importância da política pública de intermediação, uma dimensão chave para a sustentabilidade de iniciativas redistributivas.
DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO BRASIL CONTEMPORÂNEO Para uma qualificação do debate sobre desconcentração industrial
Alexandre Abdal
http://dx.doi.org/10.25091/S0101-3300201700020006
RESUMO
Este artigo insere-se no debate sobre a desconcentração da produção industrial brasileira. Argumenta que não houve, entre 1999 e 2010, uma mudança do padrão estrutural de distribuição regional da indústria. Novas áreas de produção industrial emergiram a partir de extrapolação das áreas tradicionais de localização industrial. As exceções foram espaços de produção da indústria extrativa e de mais baixa tecnologia em poucas áreas das regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
PÚBLICOS, PROBLEMAS PÚBLICOS, ARENAS PÚBLICAS… O que nos ensina o pragmatismo (Parte 2)
Daniel Cefaï
http://dx.doi.org/10.25091/S0101-3300201700020007
RESUMO
O conceito de público foi posto novamente na agenda por Jürgen Habermas e gerou inúmeras pesquisas sobre espaço público e opinião pública. Este artigo discute o conceito de arena pública e os desdobramentos que levaram à construção de uma perspectiva pragmatista em contraponto às pesquisas em ciência política sobre a mudança institucional, o aprendizado evolutivo, a inclusão na agenda e a elaboração das políticas públicas.
UMA CILADA CHAMADA “RACIOCÍNIO TEÓRICO SISTEMÁTICO”
Renan Springer de Freitas
http://dx.doi.org/10.25091/S0101-3300201700020008
RESUMO
Em 1966 Peter Berger e Thomas Luckmann se propuseram a produzir um “corpo único de raciocínio teórico sistemático”. Passados cinquenta anos esse projeto malogrou claramente. Não só este, mas todos os da mesma natureza. Este artigo discute as razões desse malogro. O argumento básico é o de que só se justifica o empenho em produzir um “corpo único” dessa natureza quando há algum problema bastante específico demandando esse tipo de solução. Não satisfeita essa condição, o engajamento nesse tipo de projeto não conduz ao que se busca, uma “síntese teórica”, mas à proliferação de “principados teóricos”, como disse uma vez Robert Merton, que mal tomam conhecimento da existência uns dos outros.
Este artigo pretende refletir sobre algumas relações que (não) ocorreram entre Florestan Fernandes e Claude Lévi-Strauss. Para tanto, parte-se da já conhecida trajetória de abandono de Florestan em relação aos seus estudos de etnologia, tentando se perguntar por que tal fato teria ocorrido. Uma das hipóteses é que Florestan teria chegado muito perto da teoria da aliança em A função social da guerra na sociedade tupinambá, mas alguns motivos obliterados em sua leitura de Lévi-Strauss o teriam conduzido a um recuo para uma teoria funcionalista algo já desgastada para explicar a guerra indígena.
Estudou fotografia no Instituto Europeo di Design em Milão na Itália. Ingressou no fotojornalismo trabalhando em pequenas agências de Milão cobrindo a crônica policial da cidade. Ainda na Itália fotografou temas nacionais e internacionais como a guerra na Bósnia. De volta para o Brasil trabalhou no jornal Estado de S. Paulo, revista Veja e durante 23 anos trabalhou no jornal Folha de S. Paulo. Paralelamente ao trabalho na área jornalística sempre desenvolveu trabalhos de fotografia documental como projeto “O Homem e a Terra”, sobre as populações tradicionais brasileiras, que recebeu o Prêmio Máximo da I Bienal Internacional de Fotografia de Curitiba em 1996 e ganhou o Prêmio Fundação Conrado Wessel em 2007.
É o autor das fotografias do livro Nas Asas do Correio Aéreo lançado em 2002, trabalho que também foi finalista do Prêmio da Fundação Conrado Wessel .
Em 2012, ganhou o XII Prêmio Marc Ferrez da Fundação Nacional das Artes para realizar um projeto sobre os impactos sociais causados pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu. Esse trabalho, que resultou em um projeto multimídia chamado “A Batalha de Belo Monte”, ganhou vários prêmios nacionais e internacionais, entre eles o da Fundação Conrado Wessel, Grande Prêmio José Alencar de Jornalismo, Grande Prêmio Folha de Jornalismo, Prêmio SIP (Sociedad Interamericana de Prensa) entre outros.
Em 2017, seu ensaio sobre as vítimas do virus Zika foi premiado no World Press Photo.
Atualmente, além de colaborar regularmente nas áreas de fotografia, vídeo e multimídia com o jornal Folha de S. Paulo, fotografa para o The New York Times, desenvolvendo trabalhos para o jornal norte-americano no Brasil.