Silvia Mecozzi vive e trabalha em São Paulo. Filha e neta de pintores, Silvia se formou na Faap e ampliou sua formação trabalhando em ateliês de artistas no Brasil e na França. Por sua primeira individual, Memória e muros, na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 1994, recebeu o premio Revelação de Pintura da Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 1997 participou da temporada de projetos no Paço das Artes com Identidades ameaçadas, que expôs também na Galeria Millan, em São Paulo. Em 1998 expõe Versos plásticos na Galeria Millan. Desde 2000, destacam-se as individuais Mera esfera espera espinho, apresentada no Museu de Arte Moderna da Bahia (Salvador), no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Porto Alegre) e no Espaço Cultural dos Correios (Rio de Janeiro), em 2003, e na Galeria Raquel Arnaud (São Paulo) em 2004. Em 2005 apresentou Ouriças na Estação Pinacoteca (São Paulo). Em 2009 integrou a mostra Libérer l’horizon, reinventer l’espace na Cité Internationale des Arts (Paris), e a vídeo-instalação Olódòdó, no Museu de Arte Moderna da Bahia (Salvador). Em 2013 realiza a instalação Branco de si na Galeria Raquel Arnaud. A partir de 2014 integra o grupo de artistas da galeria Eduardo Fernandes, onde expôs em 2016 a série Foi tão corpo que foi puro espírito. Em 2018 realiza livro e videoarte como conclusão de pós-graduação na Casa Tombada em São Paulo. Em 2021 realiza individual na galeria Arte Formatto, também em São Paulo. Participou de várias exposições coletivas desde a década de 1990, entre elas O traje como objeto de arte, no Palácio das Artes(Belo Horizonte) e na Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), ambas em 1990; e Viagens e identidades (United Artists V), na Casa das Rosas (São Paulo, 1999). Entre 2000 e 2008, além de exposições coletivas, como Ópera aberta, na Casa das Rosas (2002), e Natureza morta/Still Life, na Galeria de Arte do Sesi e no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (2004), integrou Arte contemporânea, uma história em aberto (2004), Transparências (2007) e Entre o plano e o espaço (2008), organizadas pela Galeria Raquel Arnaud, Estratégias do feminino (2019), no Farol Santander de Curitiba.
Sobre o ensaio visual da artista na Novos Estudos 120
“Penso que o papel da arte seja buscar uma conexão do ser com sua expressão, na tentativa de ampliar a dimensão da vivência humana. Sigo com a convicção de que objeto de arte carregue em si certo mistério, que permite que o observador acesse lugares dentro de si que estão latentes ou adormecidos pela vida cotidiana. O fazer artístico é um diário de bordo, um mapa da minha viagem por aqui. Desde as anotações de fragmentos de textos, ideias, desenhos, fotos, conversas registradas por escrito até o enfrentamento com a material, parte do que vivi e senti está impregnado ali.
Comecei olhando para minha história pessoal, passei a olhar para fora, para o meu entorno, para a estética do meu tempo… Entrei no corpo do trabalho, no material, no meu próprio corpo, na experiência contundente de estar viva. Hoje, depois de 30 anos de trabalho, compreendo que esse monte de objetos que pus no mundo, traçam um caminho na construção de minha identidade, um testemunho da travessia no território do sentir.”