Na entrevista a seguir, o professor de filosofia e crítico de arte Arthur Danto discorre sobre os principais pontos de inflexão em sua carreira. Figura de proa no pensamento que envolve a arte contemporânea, Danto tece considerações sobre arte e filosofia, aponta as principais divergências entre a crítica universitária e jornalística, reflete a respeito do papel do Estado sobre a arte e defende uma estética do sentido em detrimento de uma estética da forma.
Este artigo traz uma análise do livro É isto um homem?, de Primo Levi. O autor busca compreender de que modo as noções de recordação, narração e compreensão relacionam-se na obra do escritor, profundamente marcada pela experiência do Holocausto. Em paralelo, traça uma reflexão sobre a tradição memorialista européia e sobre as particularidades e limites do gênero autobiográfico.
Este artigo discute a proposta do cientista político alemão Harald Müller acerca da aplicação da teoria da ação comunicativa de Jürgen Habermas nas análises das relações políticas internacionais. Apontam-se as principais dificuldades dessa proposta e discute-se a possibilidade de examinar tais relações sob a ótica do processo comunicativo sem recorrer à teoria habermasiana.
O artigo estuda as relações entre economia e amor nas sociedades complexas contemporâneas. O autor recupera uma interpretação do amor romântico como forma de comunicação particular que destaca e separa os amantes de seu entorno. Assim, o que define a interação amorosa não é o consumo de rituais românticos, como sustentam a teoria crítica e os estudos culturais, mas o sentido singular que os amantes conferem à sua relação e às atividades conjuntas.
Em 1997 o escritor argentino Juan José Saer (1937-2005) foi recebido na USP para falar sobre literatura. Registrada em espanhol, essa entrevista é aqui reproduzida pela primeira vez em português. Saer fala do processo de criação de suas obras, questiona a noção de literatura latino-americana como categoria estética e critica a produção de autores consagrados, como Julio Cortázar, Mario Vargas Llosa e Umberto Eco. Com esse mesmo senso crítico agudo, estabelece uma distinção entre “entretenimento biodegradável” e “criação autêntica”.
Este trabalho discute a dinâmica da situação social na metrópole paulistana na década de 1990 para o conjunto da região e para os seus diversos espaços. Apesar de essa década ter apresentado um saldo econômico negativo, indicadores de diversas dimensões sociais sugerem a melhoria dos patamares médios das condições materiais na maior parte da cidade. Entretanto, tal dinâmica foi acompanhada pela manutenção das desigualdades espaciais preexistentes e por uma aparente elevação das desigualdades de renda. O objetivo do presente trabalho é apresentar e discutir tais dinâmicas à luz dos debates mais amplos da literatura sobre a conjuntura social na metrópole.
O artigo aborda o financiamento das atividades institucionais e campanhas eleitorais dos partidos políticos do ponto de vista da origem dos recursos, com foco nas experiências latino-americanas. A autora argumenta que a efetividade da regulação desses aportes para o jogo político democrático depende da autonomia dos órgãos de controle, bem como da consolidação de uma cultura sociopolítica pautada pela transparência.
Este artigo discute os dilemas do sistema previdenciário brasileiro. O autor traça um panorama histórico e reflete sobre o debate contemporâneo, dividido entre os paladinos da capitalização e os defensores da repartição dos bens. Ao investigar os motivos que levam ao predomínio dos primeiros, Grün examina não apenas a dimensão financeira do problema, mas também seus aspectos simbólicos e morais.
Com foco na tela “Caipira picando fumo”, este artigo analisa a obra do pintor Almeida Júnior (1850-1899).O autor discute o tratamento concedido pelo artista ao meio social,à natureza, aos tipos humanos, às peculiaridades regionais. Adiante, problematiza a idéia de nacionalidade em sua obra,marcada por instabilidades de forma que dialogam com a tradição crítica do determinismo naturalista.
Este artigo defende que as percepções sobre corrupção devem ser tomadas com cautela, pois informam pouco sobre o fenômeno empírico da corrupção. O autor problematiza as pesquisas disponíveis sobre o problema, com ênfase para a imprecisão e para a dificuldade de se firmar uma correlação efetiva entre a corrupção existente num país e sua percepção pela população. Mesmo seus impactos sobre a economia permancem discutíveis: a carência de levantamentos empíricos, por exemplo, não permite aferir em que medida investidores internacionais empregariam tais percepções em seus processos decisórios.
Este breve ensaio traça um panorama da obra do escritor argentino Juan José Saer, morto em junho de 2005. A autora procura definir as particularidades do projeto literário de Saer, e sustenta que a compreensão de sua produção depende da capacidade de transcender os limites da América Latina e inseri-lo no contexto da literatura ocidental.
O artigo discute as possibilidades e limites da idéia de uma “governança global”. O autor retoma a teoria da estabilidade hegemônica e seu desdobramento no debate em torno das noções de “hegemonia” e “governança” mundiais. Examina então a constituição e expansão de economias e poderes hegemônicos desde o século XVII, a fim de extrair premissas teóricas acerca das condições reais sob as quais pode haver governabilidade global, para além de um ideal cosmopolita kantiano.
O artigo procura demonstrar que o modelo macroeconômico brasileiro tem sido capaz de produzir ciclos econômicos que acompanham os movimentos de expansão e retração da liquidez e do comércio mundiais, mas não tem conseguido recolocar o país no caminho do desenvolvimento econômico e social. Sustenta-se que as políticas cambial, monetária e fiscal são contraditórias e concorrem para bloquear o crescimento sustentado, a resolução dos pontos de estrangulamento na infra-estrutura e a expansão do gasto social.
Terras Indígenas e Unidades de Conservação de Fany Ricardo (ORG.)
Terras Indígenas e Unidades de Conservação da Natureza – o Desafio das Sobreposições, de Fany Ricardo (org.) São Paulo, Instituto Socioambiental, 2004 (687 págs.)
Artigos / Articles
Terras Indígenas e Unidades de Conservação de Fany Ricardo (ORG.)
Terras Indígenas e Unidades de Conservação de Fany Ricardo (ORG.)