A Doença e Morte de Eva Perón: Câncer, Política e Sigilo
O artigo reconstitui os acontecimentos em torno do diagnóstico e tratamento do câncer uterino que acabou por vitimar Evita Perón, no início dos anos 1950. Abordam-se as razões médicas e políticas do ocultamento do verdadeiro estado clínico da primeira-dama, por parte de médicos e familiares, a ela própria e ao povo argentino – sigilo que se estendeu à identidade do médico que a operou, um renomado cancerologista norte-americano. O episódio remete ao debate mais geral sobre as questões éticas implicadas na atuação e atitude dos médicos em casos de enfermidades graves de líderes políticos.
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A Doença e Morte de Eva Perón: Câncer, Política e Sigilo
A Doença e Morte de Eva Perón: Câncer, Política e Sigilo
A Forma Acampamento: Notas a Partir da Versão Pernambucana
Tem-se observado na região da mata pernambucana uma escalada da ocupação de engenhos por trabalhadores rurais, à qual se associa um aumento das desapropriações de terras pelo governo federal. Neste artigo, a dinâmica e a configuração desse processo, que vem a indicar importantes mudanças nas relações sociais na zona canavieira, são investigadas a partir do contexto e das formas de organização dos acampamentos montados nos engenhos, liderados pelos movimentos e entidades sindicais dos trabalhadores rurais.
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A Forma Acampamento: Notas a Partir da Versão Pernambucana
A Forma Acampamento: Notas a Partir da Versão Pernambucana
A Longa Transição - Eleições e Regime Político no México
A transição política e as recentes eleições presidenciais no México são aqui interpretadas à luz das peculiares linhas mestras da organização política do país. O autor desenvolve o argumento central de que, para além do triunfo de uma oposição democrática sobre um partido dominante por setenta anos ininterruptos, está em jogo o processo de desarticulação do Estado tal como montado pelas facções vencedoras da Revolução Mexicana e cristalizado mediante uma complexa engenharia institucional.
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A Longa Transição - Eleições e Regime Político no México
A Longa Transição - Eleições e Regime Político no México
Com apoio na tese da história econômico-social de que o capitalismo internacional é um sistema simultaneamente uno e desigual, com um centro e uma periferia vinculados num relacionamento de crescente desigualdade, o autor explora a hipótese similar de um sistema mundial de literaturas inter-relacionadas, sob o qual o romance moderno desponta nas culturas periféricas não como um desenvolvimento autônomo, mas como uma conciliação problemática e instável entre as influências formais das matrizes ocidentais e as matérias locais.
Globalização e Desenvolvimento: A Estratégia Brasileira nos Anos 90
O artigo argumenta que na fase atual do capitalismo os processos de desregulação dos mercados não tendem a produzir um mundo institucionalmente homogêneo: os países adotam formas diversas de integração no sistema mundial e, embora fragilizados, os Estados nacionais ainda têm capacidade de gerar estratégias de desenvolvimento. No Brasil, em substituição ao nacional-desenvolvimentismo, adotou-se nos anos 1990 uma estratégia liberalizante e internacionalizante, consubstanciada com o Plano Real e o primeiro governo FHC. O autor discute o fracasso da tentativa de radicalizar tal estratégia conforme uma versão fundamentalista de neoliberalismo e a possibilidade de que ela assuma aspectos desenvolvimentistas sem perder seu caráter liberal.
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Globalização e Desenvolvimento: A Estratégia Brasileira nos Anos 90
Globalização e Desenvolvimento: A Estratégia Brasileira nos Anos 90
Governando a Economia Global: Uma Arquitetura Adequada para Todos?
O artigo examina a imposição aos países em desenvolvimento da política econômica estabelecida pelo Consenso de Washington. Discute-se a interpretação dominante entre os organismos multilaterais acerca da causa de crises financeiras recentes, em especial as do Leste Asiático, a qual realça a importância das causas internas e subestima o impacto de alguns fatores sistêmicos. Isto tem permitido ao FMI a adoção de um novo estilo de condicionalidade no fornecimento de novos créditos cuja sustentação é questionada pelo autor.
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Governando a Economia Global: Uma Arquitetura Adequada para Todos?
Governando a Economia Global: Uma Arquitetura Adequada para Todos?
A expansão do controle normativo protagonizado pelo Poder Judiciário é analisada pela autora à luz do conceito psicanalítico de imago paterna, que se projeta na função de moralidade pública exercida pelo modelo judicial de decisão. Examina-se a tradição da jurisprudência constitucional alemã a fim de demonstrar que por trás de generosas idéias de garantia judicial de liberdades e da principiologia da interpretação constitucional podem esconder-se a vontade de domínio, a irracionalidade e o arbítrio cerceador da autonomia dos indivíduos e da soberania popular, constituindo-se como obstáculo a uma política constitucional libertadora.
Louis Jouvet e o Nascimento da Crítica e do Teatro Modernos no Brasil
A autora reconstitui a trajetória teatral do ator e diretor francês Louis Jouvet (1887-1951), concentrando-se na sua estada no Brasil no início dos anos 1940, em meio à II Guerra Mundial, quando ele se apresentou com sua companhia no Rio de Janeiro e em São Paulo. O foco do artigo é a marcante influência exercida por Jouvet no cenário artístico-cultural brasileiro da época, que assistia à formação e consolidação de uma dramaturgia e uma crítica teatral modernas, em que despontavam nomes como Nelson Rodrigues, Cacilda Becker e Décio de Almeida Prado.
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Louis Jouvet e o Nascimento da Crítica e do Teatro Modernos no Brasil
Louis Jouvet e o Nascimento da Crítica e do Teatro Modernos no Brasil
Mário Pedrosa, Ferreira Gullar e a Abstração Informal no Brasil
O artigo analisa questões que permearam a introdução da arte abstrata no Brasil a partir de textos de Mário Pedrosa e Ferreira Gullar. Se a relação da crítica modernista com o projeto de uma cultura nacional já foi muito estudada, pouco se examinou a preocupação com a construção de uma nova identidade artística nacional nos textos de Pedrosa e Gullar dos anos 1950. Ambos consideravam imprescindível romper com a tradição figurativa ainda em voga no país para integrar-se à vanguarda internacional e, em seguida, dela diferenciar-se, mas, movidos pelo desejo de definir o que deveria ser a arte abstrata brasileira de vanguarda, reagiram fortemente à introdução da abstração informal no país.
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Mário Pedrosa, Ferreira Gullar e a Abstração Informal no Brasil
Mário Pedrosa, Ferreira Gullar e a Abstração Informal no Brasil
O Novo Cenário no Congresso Mexicano: Conflito ou Cooperação?
Neste artigo analisam-se os resultados e as possíveis conseqüências das eleições de 2000 no México, que conduziram à Presidência da República o candidato oposicionista Vicente Fox mas não outorgaram maioria parlamentar à sua sigla partidária, o Partido Ação Nacional (PAN), cuja bancada no Congresso Nacional terá proporção similar à do Partido Revolucionário Institucional (PRI). Para o autor, essa equilibrada composição de forças implica uma estratégia governamental de cooperação com o PRI, sem o que poderão se inviabilizar as propostas de reformas e a própria governabilidade.
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O Novo Cenário no Congresso Mexicano: Conflito ou Cooperação?
O Novo Cenário no Congresso Mexicano: Conflito ou Cooperação?
Crítica: Artes Plásticas Exposições de pinturas de Célia Euvaldo. São Paulo: Centro Cultural São Paulo e Centro Universitário Maria Antônia, junho de 2000.
O Voto dos Mexicanos no Exterior: Uma Agenda a Cumprir
Nos anos mais recentes, a vasta comunidade formada por migrantes mexicanos e descendentes nos Estados Unidos (cerca de 20 milhões) passou a fazer parte da agenda política do México, cujo tortuoso processo de transição democrática trouxe o voto migrante ao centro do debate nacional. O artigo analisa as diferentes posturas dos grandes partidos políticos mexicanos em face do potencial voto migrante, à luz da tradição política do país e dos sentidos que ali ganham “nacionalidade” e “cidadania”.
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O Voto dos Mexicanos no Exterior: Uma Agenda a Cumprir
O Voto dos Mexicanos no Exterior: Uma Agenda a Cumprir
O programa Tolerância Zero, do Departamento de Polícia de Nova York, tornou-se referência internacional no combate ao crime. Políticos e chefes de polícia brasileiros estão entre os mais enfáticos defensores de políticas de segurança pública inspiradas no programa do prefeito Rudolph Giuliani. O artigo descreve os elementos constitutivos do Tolerância Zero e aponta as principais críticas a seus pressupostos e resultados. Explora-se a hipótese de que a recepção favorável desse programa no Brasil tem menos a ver com sua suposta eficiência na redução da criminalidade do que com sua eficácia simbólica no reforço de estereótipos correntes na sociedade brasileira.
Crítica: Livros “Brasileiros nos Estados Unidos: um estudo sobre imigrantes em Massachusetts”, de Ana Cristina Braga Martes. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
Esta entrevista gira em torno dos pressupostos e conceitos interpretativos da produção ensaística do crítico literário Roberto Schwarz, bem como sobre as conseqüências que suscitam para a compreensão da literatura brasileira. Discutem-se, entre outros, temas como a condição dos esquemas de literatura comparada no Brasil; as relações entre intenções autorais e qualidade das obras; a relevância, na discussão estética, da visão histórica dos conflitos de classe sob critérios formais; os significados da noção de “idéias fora do lugar”; a situação atual do pensamento crítico de esquerda.
A partir da correspondência de Walter Benjamin com o escritor sionista Ludwig Strauss em 1912 (inédita na sua totalidade até 1995) é possível reconstruir sua primeira confrontação com a identidade judaica. Integrante, na época, do Movimento de Juventude, Benjamin fará uma severa crítica do que chamava de sionismo “prático”, aquele que pregava a constituição de um Estado judeu como solução para os conflitos entre judeus e outros povos, em nome de um sionismo “cultural” ou do “espírito”, que encarnava o ideal de uma revolução no campo da cultura. Esta primeira confrontação com a identidade judaica pode ser esclarecedora de muitas posições depois adotadas por Benjamin, como sua permanente recusa em ir para a Palestina.