De qualquer ângulo que se enfocarem os eventos, de todo modo que se ponderar sobre os fatos, do jeito que se alinharem as estatísticas, não há como evitar a constatação: foi graças ao voto popular que a ditadura foi acuada, batida e, por fim, derrubada.
Resumo
Na primeira semana de abril de 1964, com o golpe perpetrado no Congresso, Brasília entrou num estado de sideração. A imagem mais evidente da anormalidade que se instalava foi a chegada de militares mineiros. Sentados em ônibus de banco reto, os soldados seguravam seus fuzis no meio das pernas como se fossem guarda?chuvas.
Circular livremente pelas ruas é uma prática fortemente associada às cidades modernas, mesmo que ela constitua a experiência dessas cidades mais como mito ou ideal do que como fato. A circulação no espaço público sempre foi regulada. Não é de estranhar, portanto, que rolezinhos, esses encontros de grande número de jovens em shopping centers simplesmente para curtir e se divertir, tenham gerado tanta ansiedade e repressão em São Paulo e pelo Brasil afora.
Resumo
Fazer uma genealogia dos rolezinhos significa retraçar as conexões entre um desejo crescente de jovens das periferias de circular pela cidade, a proliferação de várias formas de produção cultural — como o rap, o grafite, a pixação, o break e, mais recentemente, o funk — e modos alternativos de mobilidade, como o parkour, o skate e o motociclismo, todos com raízes fortes nas periferias urbanas. Enquanto o resto da cidade se fechava atrás de muros a partir dos anos 1980 e sobretudo nos anos 1990, os jovens das periferias não apenas fizeram da circulação uma forma de lazer associada a diversas produções culturais como, sobretudo, transformaram sua experiência de viver nas periferias em diversas formas de produção cultural e de intervenção no espaço urbano.
Circular livremente pelas ruas é uma prática fortemente associada às cidades modernas, mesmo que ela constitua a experiência dessas cidades mais como mito ou ideal do que como fato. A circulação no espaço público sempre foi regulada. Desde os tempos de Baudelaire, vagar pela cidade foi mais para uns — homens, ricos, dândis — do que para outros — mulheres, pobres, negros, jovens. O controle dos movimentos em público nunca deixou de estar no cerne da preocupação dos governantes e das suas tecnologias de segurança. Desde os primórdios das cidades modernas, circular por circular, andar em grupos (sobretudo de homens jovens), dar uma volta, ou dar um rolê, são atividades que acabam sendo escrutinadas e, no limite, criminalizadas, a não ser que os protagonistas (em geral homens) pertençam a grupos privilegiados. O maior esforço das polícias nas cidades industriais nascentes era controlar as “desordens”, os crimes sem vítimas, principalmente a vadiagem. Desde então, circular por circular, simplesmente desfrutar o espaço público das cidades em grupos, são práticas que geram apreensão e atraem a presença da polícia. Causam desordem. Não é de estranhar, portanto, que rolezinhos, esses encontros de grande número de jovens em shopping centers simplesmente para curtir e se divertir, venham gerando tanta ansiedade e repressão em São Paulo e pelo Brasil afora.
As características do crescimento econômico brasileiro recente proporcionaram ao governo uma capacidade de utilização das políticas de renda e de crédito como instrumentos de enfrentamento da crise internacional de 2008. No entanto, se essas políticas garantiram o dinamismo interno em uma fase crítica da economia internacional, não se observou a retomada do investimento de modo sustentado, restrição que vem impedindo, em um cenário internacional adverso, um crescimento da atividade econômica mais expressivo desde 2011.
Resumo
O crescimento econômico da década de 2000 permitiu ao Brasil recuperar a capacidade de gerar empregos, expandir a renda das famílias e reduzir as desigualdades. No entanto, desde 2011, a economia brasileira padece de uma dificuldade persistente em obter maior crescimento, devido à continuidade da crise internacional e à redução da taxa de investimento. Este artigo discute alguns dos desafios do crescimento brasileiro para alcançar uma distribuição da renda mais equitativa, tendo em vista a institucionalidade das políticas públicas setoriais, da infraestrutura nacional e do trabalho social.
No pós?guerra (1945?1980), o Brasil se destacou entre os países em desenvolvimento por apresentar o maior dinamismo econômico. No entanto, sua virtuosidade econômica não se traduziu em resultados sociais positivos. Ao final do longo ciclo de crescimento, a consolidada sociedade urbana e industrial convivia com uma situação de elevada desigualdade socioeconômica, permeada por problemas sociais de toda ordem e com extenso nível de pobreza.
Tem?se discutido se no Brasil haverá, no futuro próximo, um cenário de falta de mão de obra qualificada ou um “apagão de mão de obra”, ante o crescimento econômico recente e uma situação de virtual pleno emprego. Este artigo se propõe avaliar e sistematizar esse debate sobre a área de engenharia. Ao longo da década foram detectados alguns sinais de aquecimento, mas uma eventual escassez de engenheiros tende a se dissipar no futuro próximo, devido ao fato de que o fluxo de recém?formados tem sido mais elevado do que o crescimento da demanda.
Resumo
Buscamos ordenar e qualificar uma discussão contemporânea, relativa a uma possível escassez de engenheiros na sociedade brasileira. Com base na literatura, elencamos as hipóteses que levariam à caracterização de escassez e procuramos argumentos baseados em dados para discutir tais hipóteses. Os dados não corroboram a tese de escassez generalizada.
Para abordar o tema da escassez de engenheiros, lançaremos mão de abordagem conceitual relativa à caracterização de baixa produção de determinado bem, conforme proposta por Butz e outros. A partir dessa abordagem, elaboraremos um conjunto de hipóteses, lastreadas na discussão recente (que se deu mais pela mídia cotidiana do que por revistas de cunho mais científico, o que se convencionou chamar de literatura), em entrevistas e discussões com grupos de dirigentes empresariais, particularmente das áreas de PD&E (pesquisa, desenvolvimento e engenharia). Adotamos a abordagem tradicional de buscar derrubar hipóteses a partir da elaboração de dados oficiais do aparelho estatístico brasileiro — RAIS/MTE, Censo Escolar/Inep?MEC, Censo Demográfico/IBGE e de resultados de pesquisas pertinentes (Enade e outras). O texto tem um caráter eminentemente empírico: busca lastrear a discussão em dados e evidências concretas. Como resultado, apontamos que ao longo da década foram detectados alguns sinais de aquecimento, mas que uma eventual escassez de engenheiros tende
a se dissipar no futuro próximo, devido ao fato de que o fluxo de recém?formados tem sido mais elevado do que o crescimento da demanda. O que se observa no mercado de trabalho é um hiato geracional, dada a lacuna na formação de engenheiros décadas atrás, o que implica falta de engenheiros experientes e com capacitação para liderar projetos hoje, e o problema de qualidade dos engenheiros formados, ainda que haja poucos dados confiáveis sobre isso.
Qual a situação do Brasil em termos de CT&I para a biotecnologia em saúde humana? No contexto de um amplo complexo da saúde, que requer biotecnologia para inovar e tornar?se mais competitivo e avanços em C&T, quais seriam os prós e os contras do país nessa área? Este artigo joga luz sobre três dimensões da CT&I para a biotecnologia em saúde humana no Brasil: distribuição no território, produção científica e P&D em empresas.
Resumo
O artigo apresenta um panorama do setor de biotecnologia em saúde humana no Brasil mostrando sua concentração espacial e setorial em termos de produção científica, a dependência do setor privado em relação aos investimentos públicos para p&d, a baixa capacidade de inovação na cadeia de novas drogas e uma desconexão entre os avanços em ciência e tecnologia e a inovação no setor privado de biotecnologia em saúde humana. Ao jogar luz sobre três dimensões da CT&I para a biotecnologia em saúde humana no Brasil — distribuição no território, produção científica e P&D em empresas —, sugere que, apesar dos avanços realizados em C&T, ainda é
necessário superar muitas fraquezas para se alcançar um crescimento econômico baseado em conhecimento e inovação.
O presente artigo dialoga com a literatura sobre “complexo econômico industrial da saúde”, “sistema de inovação do setor de saúde” e “biotecnologia para saúde”. Ao apresentar novas análises sobre a produção científica e a P&D voltada à biotecnologia em saúde humana no Brasil, busca contribuir com tal debate e propõe que é preciso olhar para a biotecnologia como um setor da economia que pode ser entendido como um conjunto de empresas atuantes no Brasil e que desenvolvem, de fato, alguma atividade biotecnológica. A Fundação Biominas foi pioneira em realizar estudos para compor panoramas do setor ao longo dos anos 2000. Segundo o estudo Brazil Biotech Map, o setor é formado por empresas jovens e pequenas, cerca de metade delas atuando em saúde humana.
Em Portugal, alguns dos melhores artistas e escritores das décadas de 1910 e 1920, em particular aqueles associados com o modernismo (Orfeu, 1915) e o futurismo (Portugal Futurista, 1917), contribuíram de forma significativa para a “atitude de espírito” e a “política estética” que deram ao fascismo a sua aura inicial e que atraíram criadores e intelectuais.
Resumo
Partindo dos escritos da geração do Orfeu, o artigo mostra a forte relação que existe, desde a década de 1880, entre a modernização dos padrões literários portugueses e a ascensão do nacionalismo, em particular no que respeita o movimento republicano. Em seguida, resume e analisa as conotações políticas do movimento modernista que se seguiu à proclamação da República em 1910. Por fim, aborda a fisionomia crescentemente tradicionalista do regime autoritário português e o afastamento da maior parte dos criadores literários de vanguarda.
Neste artigo, concentrar-me-ei principalmente na obra de Fernando Pessoa (1888-1935), José de Almada Negreiros (1893-1970), Mário de Sá Carneiro (1890-1916) e os seus companheiros da geração modernista. Este trabalho, contudo, não é um exercício de crítica literária. Não é meu propósito tentar reavaliar a obra desses escritores, mas apenas analisar os aspectos políticos explícitos e frequentemente implícitos da sua atividade criadora. Antes de comentar os escritos da geração do Orfeu, gostaria de mostrar brevemente a forte relação que existe, desde a década de 1880, entre a modernização dos padrões literários portugueses e a ascensão do nacionalismo, em particular no que respeita o movimento republicano. Tentarei, a seguir, resumir e analisar as conotações políticas do movimento modernista que se seguiu à proclamação da República em 1910. Para concluir, abordarei a fisionomia
cada vez mais tradicionalista do regime autoritário português e o afastamento da maior parte dos criadores literários de vanguarda.
Reconstruindo analiticamente o diálogo entre Claude Lévi?Strauss e E. Durkheim em torno do tema do totemismo e das formas de pensamento nas culturas primitivas, este artigo procura explicitar como a escola francesa inaugurou uma antropologia do simbólico, não hermenêutica e, até hoje, muito influente no campo dos estudos das religiões.
Resumo
Reconstruindo analiticamente o diálogo entre Claude Lévi?Strauss e E. Durkheim em torno do tema do totemismo e das formas de pensamento nas culturas primitivas, este artigo procura explicitar como a escola francesa inaugurou uma antropologia do simbólico, não hermenêutica e, até hoje, muito influente no campo dos estudos das religiões. O principal objetivo é demonstrar a centralidade de determinado conceito de “representação” nessa teoria do simbólico, de viés cognitivista, e examinar, à luz das perspectivas atuais, as suas limitações para a compreensão dos fenômenos religiosos contemporâneos.
Na celebração do centenário de Emile Durkheim na Sorbonne em 1960, Lévi?Strauss1 presta homenagem ao fundador da escola sociológica francesa saudando sua conversão para a etnologia em seu livro de 1912, As formas elementares da vida religiosa. Lévi?Strauss atribui à fundação do L’Année Sociologique o repentino interesse de Durkheim por tal ciência. Nas resenhas que publicou nesse periódico, do qual foi o fundador, Durkheim se deu como tarefa comentar e criticar o que aparecia no mundo como literatura sociológica. Desse modo, passou a inteirar?se sistematicamente do que faziam e observavam os etnógrafos “de campo”, tais como Boas, Spencer e Gillen, Cushing etc. Ao aceder diretamente às fontes, Durkheim teria feito, segundo Lévi?Strauss, uma importante descoberta: voltando?se para os dados particulares da observação direta, abandonando os simples compiladores como Tylor e Wundt, a etnologia durkheimiana pôde libertar?se das pretensões histórico?filosóficas, que faziam dos fatos meras ilustrações de hipóteses especulativas, e ganhar autonomia como uma nova ciência experimental.
Há, nas democracias liberais contemporâneas, uma convivência difícil entre o preceito da igualdade política formal e o fato de que a maior parte das cidadãs e dos cidadãos está excluída dos processos decisórios. A universalização do acesso à esfera pública política, com a concessão de direitos formais iguais a todos, coabita com a permanência da dominação social. Tal fenômeno é naturalizado pelas correntes centrais do pensamento político liberal, que estabeleceram o terreno em que se travam as disputas sobre justiça e ordenamento democrático.
Resumo
O artigo busca retomar a discussão sobre o caráter de classe do Estado capitalista, fazendo dialogar três contribuições que, em geral, são raramente aproximadas: a compreensão de Bourdieu sobre o funcionamento do campo político, a ideia da “ossatura material do Estado”, presente no último Poulantzas, e a discussão do Offe inicial sobre a seletividade das instituições. O problema é compreender como a universalização do acesso à esfera pública política, com a concessão de direitos formais iguais a todos, convive com a permanência da dominação de classe (embora esse conceito seja entendido de forma diversa pelos três autores). De maneira inversa, o problema pode ser formulado como sendo a necessidade de demonstrar a permanência da dominação em situações nas quais as classes dominadas parecem obter vitórias e mesmo instrumentalizar o Estado em seu favor.
Há, nas democracias liberais contemporâneas, uma convivência difícil entre o preceito da igualdade política formal e o fato de que a maior parte das cidadãs e dos cidadãos está excluída dos processos decisórios. A universalização do acesso à esfera pública política, com a concessão de direitos formais iguais a todos, coabita com a permanência da dominação social. Tal fenômeno é naturalizado pelas correntes centrais do pensamento político liberal, que estabeleceram o terreno em que se travam as disputas sobre justiça e ordenamento democrático. Ao firmar as noções de direitos individuais e de igual dignidade de todos os indivíduos, o liberalismo demarcou o horizonte de um ordenamento político que combinasse o respeito à autonomia individual com a produção da autonomia coletiva. Mas, em seguida, promoveu a deflação normativa dos conceitos de igualdade e democracia. Carentes de materialidade, igualdade e democracia foram resumidas a arranjos jurídicos, em particular à isonomia legal e à competição pelos cargos de poder. A ideia da equipotência política entre os cidadãos está fora do horizonte e, quando aventada, é descartada de imediato como quimérica.
A primeira tentação de qualquer resenhista, mesmo antes de ler “‘Menos que nada”, é pensar “apropriadamente intitulado”. No entanto, Žižek escreveu uma tentativa séria de reanimar e reatualizar Hegel.
Resumo
Slavoj Žižek propõe?se oferecer uma versão renovada da dialética materialista e uma teoria crítica ao capitalismo moderno tardio. No entanto, resta saber se sua versão do idealismo alemão oferece o caminho adequado para essa crítica. Neste artigo procura?se sugerir uma maneira diferente de compreender o problema da “negatividade” nessa tradição e de responder à questão de se há algo na sociedade contemporânea que proporciona alguma base material para as aspirações de Hegel sobre os potenciais transformadores e educativos da sociedade civil moderna. É difícil não ser profundamente pessimista a esse respeito, mas a procura por esses possíveis “rastros da razão” parece uma perspectiva mais genuinamente hegeliana.
O problema da possível relevância de Hegel ante as preocupações contemporâneas divide?se em duas questões e deve enfrentar imediatamente duas objeções que por bastante tempo provaram?se profundamente persuasivas para muitos. Em primeiro lugar, há a questão sobre o que pode ser dito a respeito do “sistema” de Hegel. Ele é considerado expressão de um holismo hiper?racionalista, cuja afirmação central é que o absoluto (algo parecido com o que Kant chamou de incondicionado) é a Ideia, e tudo o que existe pode ser compreendido como uma atualização, na natureza e pelo tempo histórico, da Ideia. (E, é claro, contra Kant, ele está, com isso, pretendendo conhecer o que Kant negou que poderíamos possivelmente conhecer.) Em segundo lugar, há a questão do Hegel Versöhnungsphilosoph, “filósofo da reconciliação”. Segundo algumas descrições desse lado do projeto hegeliano, Hegel acreditou que nós teríamos chegado ao “fim da história”, tanto da filosofia (sua posição teria explicado de maneira bem?sucedida todas as possíveis opções filosóficas e suas interconexões umas com as outras) como da política, arte e religião. A liberdade humana teria sido realizada no Estado moderno tal como descrito em sua Filosofia do Direito, no humanismo protestante doutrinariamente tênue que Hegel defendeu e na arte romântica, uma forma de arte em via de transcender a si mesma como arte, realizando a arte de uma maneira que sinalizava seu fim como veículo relevante do autoconhecimento humano. (A conexão entre os dois aspectos da posição hegeliana é considerada sua teodiceia, o papel da autoefetivação do absoluto [ou de Deus] no tempo que explica a racionalidade e culminância da história política e intelectual.)
A economia dá sentido e verossimilhança ao livro de Aluísio Azevedo, publicado em 1890. No Naturalismo brasileiro do século XIX, Aluísio é o autor que frequenta com mais regularidade a vida econômica. Mas é em “O Cortiço” que a modernização da segunda metade do XIX ganha uma geografia especial, atores dinâmicos, elementos transformadores e confluência de processos que resultam no painel humano em que a exploração do trabalho emerge em movimento.
Resumo
Este ensaio busca apontar o papel central da economia em O cortiço, de Aluísio Azevedo, publicado em livro em 1890. No romance, devedor do método naturalista de Émile Zola, as personagens são apresentadas de acordo com o papel que cumprem na vida econômica. É possível, inclusive, identificar na sua construção uma preocupação com uma sorte de “contabilidade” na preparação e conclusão das diversas cenas que dão forma ao livro. Tais características permitem que a vida econômica do cortiço de João Romão e Bertoleza expresse o ganho de complexidade na vida urbana do Rio de Janeiro na dramática passagem do trabalho escravo para o trabalho livre e na ascensão do capitalismo brasileiro, o que talvez explique parte da popularidade da obra.
A economia dá sentido e verossimilhança, um conceito caro a Graciliano, ao livro de Aluísio Azevedo, publicado em 1890. No Naturalismo brasileiro do século XIX, Aluísio é o autor que frequenta com mais regularidade a vida econômica: em O homem, surge o tema da transformação da natureza nas pedreiras; em O coruja, temos a fragilidade dos projetos de educação privada; em Casa de pensão aparece a questão da exploração capitalista da habitação coletiva. Mas é em O cortiço que a modernização da segunda metade do xix ganha uma geografia especial, atores dinâmicos, elementos transformadores e confluência de processos que resultam no painel humano em que a exploração do trabalho emerge em movimento.
Resenha de Murphy, de Samuel Beckett. Tradução e texto e notas de Fábio de Souza Andrade. Posfácio de Nuno Ramos. São Paulo: Cosac Naify, 2013.
Lou Reed, 1942-2013.
Marina Rheingantz