DOSSIÊ BALANÇO CRÍTICO DA ECONOMIA BRASILEIRA (2003-2016) - APRESENTAÇÃO: OUTRA FANTASIA DESFEITA, OUTRO BALANÇO CRÍTICO
Fernando Rugitsky
http://dx.doi.org/10.25091/S01013300201800020001
“Passou-se, em um intervalo curto de tempo, do otimismo para o desalento, do crescimento para o colapso econômico, da sensação de que os problemas estavam sendo superados para o sentimento de que não há saídas para a crise.
Embora socialmente dramáticos, tais períodos de crise servem de estímulo à reflexão”.
DOSSIÊ BALANÇO CRÍTICO DA ECONOMIA BRASILEIRA (2003-2016) - APRESENTAÇÃO: OUTRA FANTASIA DESFEITA, OUTRO BALANÇO CRÍTICO
CRITICAL REVIEW OF THE BRAZILIAN ECONOMY (2003-2016) DOSSIER - INTRODUCTION: ANOTHER FANTASY UNDONE, ANOTHER CRITICAL REVIEW http://dx.doi.org/10.25091/S01013300201800020001
CONFLITO DISTRIBUTIVO E O FIM DA “BREVE ERA DE OURO” DA ECONOMIA BRASILEIRA
Franklin Serrano e Ricardo Summa
http://dx.doi.org/10.25091/S01013300201800020002
O objetivo deste trabalho é discutir as causas principais da interrupção do processo de crescimento com inclusão social que ocorreu na economia brasileira a partir de meados dos anos 2000, que chamaremos de “breve era de ouro” da economia brasileira.
BRASIL ANOS 2000: A POLÍTICA SOCIAL SOB REGÊNCIA DA FINANCEIRIZAÇÃO
Lena Lavinas e Denise L. Gentil
http://dx.doi.org/10.25091/S01013300201800020004
Este artigo analisa como o processo de financeirização em massa, que caracterizou o ciclo de governança do Partido dos Trabalhadores, ganha escala e escopo subsumindo a política social. Prioriza o exame de três setores em particular—previdência, saúde e educação superior—, revelando qual o papel do Estado nesse processo e como os agentes financeiros tornam?se os gestores do social.
REFORMA TRIBUTÁRIA NO BRASIL: PRINCÍPIOS NORTEADORES E PROPOSTAS EM DEBATE
Rodrigo Orair e Sérgio Gobetti
http://dx.doi.org/10.25091/S01013300201800020003
O presente artigo discute princípios norteadores e propostas com o propósito de subsidiar o debate sobre reforma tributária no Brasil, buscando atualizar um diagnóstico sobre a estrutura tributária brasileira e, simultaneamente, listar algumas propostas de reformas destinadas a corrigir suas distorções que passam pela tributação sobre bens e serviços, folha salarial e renda.
COMPLEXIDADE ECONÔMICA E DESENVOLVIMENTO: UMA ANÁLISE DO CASO LATINO-AMERICANO
Júlia F. L. Alencar, Elton Freitas, João P. Romero e Gustavo Britto
http://dx.doi.org/10.25091/S01013300201800020005
Este artigo utiliza a metodologia da complexidade para avaliar a relação entre complexidade econômica e desenvolvimento em quatro países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile e México. O artigo mostra que, com a exceção do México (devido às indústrias maquiladoras), os países permaneceram majoritariamente agroexportadores, com aumento da competitividade apenas no setor primário e perda de competitividade nos setores de maior complexidade nas últimas décadas.
O PÊNDULO DA DEMOCRACIA NO BRASIL: UMA ANÁLISE DA CRISE 2013-2018
Leonardo Avritzer
http://dx.doi.org/10.25091/S01013300201800020006
Pretendo neste artigo entender a democracia no Brasil como constituída a partir de movimentos pendulares. Iremos analisar de forma institucional a organização tanto das estruturas democráticas quanto das estruturas antidemocráticas no Brasil. O meu argumento é que a institucionalidade brasileira possui amplas vias não eleitorais ou contra eleitorais de acesso ao poder que são utilizadas de tempos em tempos.
AS OCUPAÇÕES DE ESCOLAS PÚBLICAS EM SÃO PAULO (2015-2016): ENTRE A POSSE E O DIREITO À MANIFESTAÇÃO
Bianca Tavolari, Marília Rolemberg Lessa, Jonas Medeiros, Rúrion Melo e Adriano Januário
http://dx.doi.org/10.25091/S01013300201800020007
Entre 2015 e o início de 2016, estudantes ocuparam centenas de escolas públicas em São Paulo, contra o projeto do governo estadual de fechar escolas e realocar alunos. Uma das lentes para observar o que foi chamado de “primavera secundarista” é a disputa de argumentos jurídicos entre questões sobre posse e propriedade públicas, por um lado, e direito à manifestação, por outro.
AS OCUPAÇÕES DE ESCOLAS PÚBLICAS EM SÃO PAULO (2015-2016): ENTRE A POSSE E O DIREITO À MANIFESTAÇÃO
OCCUPIED PUBLIC SCHOOLS IN SÃO PAULO (2015–2016): BETWEEN PUBLIC TENURE AND THE RIGHT TO FREEDOM OF EXPRESSION http://dx.doi.org/10.25091/S01013300201800020007
Bianca Tavolari, Marília Rolemberg Lessa, Jonas Medeiros, Rúrion Melo e Adriano Januário
OS LIMITES DO EXOTISMO: AUERBACH, A EUROPA E AS TOURADAS
Luís Felipe Sobral
http://dx.doi.org/10.25091/S01013300201800020008
Este ensaio examina a noção de exotismo na filologia de Auerbach de dois pontos de vista relacionados. Trata-se, primeiro, de discutir a ausência da literatura espanhola na primeira edição de Mimesis e, em seguida, de analisar um excerto literário contemporâneo dedicado às touradas espanholas.
Assim, busca-se mostrar que tal filologia desenha uma certa ideia de Europa e, igualmente importante, do que não é a Europa.
MACUNAÍMA CONTRA O ESTADO NOVO: MÁRIO DE ANDRADE E A DEMOCRACIA
André Botelho e Maurício Hoelz
http://dx.doi.org/10.25091/S01013300201800020009
Uma suposta convergência com o significado hegemônico dos temas da identidade nacional e da cultura brasileira nos anos 1920–1940 tem sido mobilizada para explicar a participação de Mário de Andrade no Estado Novo. Demonstramos, ao contrário, o sentido dissonante e crítico de suas ideias, materializadas nas políticas públicas de democratização da cultura que formulou nos anos 1930, e as tensões que imprimem a esse contexto intelectual e político.
Graduou-se pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2010) e possui trabalhos nas coleções públicas da Pinacoteca do Estado de São Paulo, e do MAR – Museu de Arte do Rio. Dentre suas exposições mais recentes, destacam-se as individuais: “Nessa terra, em se plantando, tudo dá”, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, 2015; “Autorretrato em Branco sobre Preto”, Galeria Leme, São Paulo, 2015; e “Impedimento”, Centro Cultural São Paulo, 2014.
Com trabalhos marcados por um exercício de síntese entre o conteúdo de suas pesquisas e estratégias de formalização, Jaime Lauriano nos convoca a examinar as estruturas de poder contidas na produção da História. Em peças audiovisuais, objetos e textos críticos, Lauriano evidencia como as violentas relações mantidas entre instituições de poder e controle do Estado – como polícias, presídios, embaixadas, fronteiras – e sujeitos moldam os processos de subjetivação da sociedade. Assim, sua produção busca trazer à superfície traumas históricos relegados ao passado, aos arquivos confinados, em uma proposta de revisão e reelaboração coletiva da História.
Sobre o ensaio visual para a edição 111 de Novos Estudos:
A ideia é pensar sobre a imagem do infinito em associação com as imagens de linchamentos. Para as páginas simples, o artista construiu objetos que foram fotografados em alguns pisos de rua. São objetos retirados de amarrações feitas para os linchamentos públicos. Já para as páginas duplas, recolheu manchetes de jornais digitais que relatam esses linchamentos, transformando os títulos em imagens preto e branco.
A capa foi uma operação de colagem, na qual Lauriano bloqueou uma aquarela do pintor Rugendas que ilustrava um castigo público no período colonial do Brasil. Com fita silver tape – fitas muito comumente usadas para prender pessoas -, bloqueou essa imagem. Fotografou e depois reduziu a definição da imagem, tornando em seguida a aumentá-la, de forma que a imagem se assemelhasse às imagens de baixa resolução feitas por celular que registram esse tipo de ação pública.